Acontecimentos estranhos

Data: 25-02-2012 | De: Luís

Há uns anos atrás, quando morava com os pais, ouvi certa vez uma vizinha a dizer à minha mãe que de noite lhe tinham batido à porta, abriu-a, e não viu ninguém. Num outro dia ouvira passos no pátio, quando abriu a porta, também não viu ninguém. Chegou a ouvir passos mais vezes, e um cão que estava dentro de casa começou a rosnar, mas ela teve medo e não se atreveu a abrir a porta. E uma vez por outra ouvia-a a dizer à minha mãe: esta noite bateram-me à porta outra vez!
Certo dia, ou melhor; certa noite. Eram cerca das duas horas da manhã, ainda eu fumava e estava fora de casa a fumar um cigarro, precisamente de costas para a casa da minha vizinha, mas ao lado da casa, cerca de um metro para a minha direita ficava o pátio que dava acesso à porta dela. De repente, ouço duas pancadas fortes na porta e de imediato dou um paço para a minha direita e olho para trás. E um gato preto que ia de passo apressado para, e olha-me fixamente. Eu olho para ele e olho para a porta, não vejo nada no chão que possa ter caído e fico todo arrepiado com a situação. E gato que se mantivera sempre a olhar-me fixamente nos olhos, começa a andar e lentamente afasta-se.
No dia seguinte ouço novamente a vizinha a dizer à minha mãe: esta noite, bateram-me à porta outra vez.
Pois dessa vez eu estava lá, e se não duvidava da palavra dela, naquele momento tive a certeza que ela falava a verdade. Pois embora eu não tivesse visto, o som foi inquestionável.
Depois falei com ela, e perguntei se não teria caído nada dentro de casa que pudesse ir contra a porta, e ela garantiu-me que não, e que não era a primeira vez que aquilo acontecia.
Mas eu já sabia que não podia ter sido nada a cair contra a porta. Pois as pancadas foram fortes e firmes, como quando alguém bate a uma porta com determinação.

Dias mais tarde, estava eu em casa, e porque já não chovia há muito tempo, isso falava-se nos telejornais por estar a ser preocupante. Era de noite e fui à casa de banho, de repente ouço a chover com força. Encosto a cabeça ao postigo e identifico perfeitamente os sons da chuva. Ouvia-a a cair no chão, e a bater no coberto do pátio da vizinha. E consigo ouvir também os sons habituais de quando ela começa a pingar num outro telhado de chapa mais ao lado. Decididamente, estava a chover.
Antes de ir para a cama, não resisti e abrir a porta. (no momento em que escrevo isto não consigo evitar de ficar arrepiado. Novamente) Quando abro a porta, o chão estava seco, e o som da chuva já não se fazia ouvir. Fechei imediatamente a porta, e na cama, encolhi-me e aconcheguei-me bastante com a roupa. Pois aquilo não poderia ter acontecido. Mas aconteceu.
Em ambos os casos, não faço a mínima ideia do que se terá passado, e de como isso foi possível. Mas uma coisa tenho a certeza absoluta, aquilo aconteceu.

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