Uma teoria

Data: 26-12-2012 | De: Tiago

É bastante possível que existam fantasmas, nem que seja pelo princípio natural da energia não se extinguir. Meramente transita ou assume outra forma.

É bastante possível também que estas energias polarizem o ambiente onde residem. Decerto já se devem ter apercebido em casos de maior intensidade, que um fantasma geralmente se faz acompanhar de vários, relacionados ou não. Neste prisma, os opostos se atraem e um espírito apenas a obter energia dos vivos é um cenário bastante improvável. Com alguma investigação e com a participação de médiuns credíveis e proeficientes, normalmente se constata que existem muitos à volta de um indivíduo ou local.

Outro conceito que advém largamente das dicotomias religiosas é o espírito mau e o espírito bom (demónios e anjos). Porém, muitas investigações e contactos feitos com um substancial grau de sucesso revelam que apenas existem dois tipos. As energias transitórias geralmente não estão entre nós, mas podem aproximar-se com um objectivo, normalmente um interesse pessoal no indivíduo ou família em questão e são sobejamente entendidos como benéficos. As energias estagnadas habitam locais ou objectos ou mesmo até pessoas. Essas energias são entendidas como más porque não existe uma convenção social e cultural que nos providencie uma explicação mais cientifica para tal fenómeno, por isso ficamo-nos pela consequência apenas, e não a causa que o permitiria interpretar. Porém, muitos investigadores deste ramo concordariam: São energias focadas na sua própria subsistência. Existe desagrado, talvez rancor, talvez até sadismo e um pouco de malvadez. Mas são fundamentalmente entidades cuja vontade de se tornarem transitórias simplesmente não existe, devido a sentimentos pesados de responsabilidade, medo, dogma religioso ou apego.

Muitos casos aqui, os quais apreciei e não quero questionar, por um simples princípio de dúvida plausível, apontam vários factores que poderão substanciar estas teorias.

O meu interesse neste ramo é bastante, já que a filosofia moderna assentou as pedras do cinismo e da alienação espiritual devido ao trauma das guerras mundiais, no entanto, esta é uma questão fulcral do pathos existencial da humanidade como um todo, a qual sendo ignorada ou banalizada, sofre descredibilização. Creio ser importante manter esforços destes activos, no sentido empurrar um pouco a abertura de espírito dos demais, já que o paradigma actual de existência peca pelo superficialismo e uma estarrecedora falta de conhecimento de causa que divide e empobrece as sociedades contemporaneas.

Espíritos existem por uma questão simples e comprovada: Tudo na natureza existe em conformidade com o princípio da transformação; e a imortalidade, como definição de conteúdo, excluíndo a forma, é uma realidade e uma explicação plausível para a manutenção de todas as coisas que fazem de nós seres antes, humanos depois. Atingir esta compreensão poderá a longo prazo resolver um dos grandes problemas da nossa sociedade: a segregação. Pois se todos somos, de base, energias que retém a vontade, os sonhos, as memórias, a expressão e os gestos, então na realidade não somos diferentes em coisa nenhuma.

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